quarta-feira, 28 de março de 2012

Ca(fé)


Talvez certas mágoas assemelhem-se a língua queimada de café.
Fruto de uma ansiedade por vezes dispensável, do sopro de ternura que não veio.
Incomodo.
E quando você pensa que passou, a mágoa ou a língua manifestam-se, sensibilizadas pelo ardor, pela dor.
Nos dois casos o tempo tem me parecido preciso para anuviar o desconforto.
De todo modo, se faz necessário que queimemos a língua e o peito, a alma e a boca.
Não haverá sapiência que se faça em circunstâncias refrescantes, ou crescimento edificante que não venha do conflito com sentimentos inferiores.

Aline Larissa Leite de Araujo

Um comentário: